Contemporaneidades e globalizações que lhe mergulham em incertezas, pressões internas e externas que a cada ano, aumentam a força auto-destrutiva que reside dentro de nós.
Somos sabotadores de Eu, eles nos sabotam também, e tu estás preocupado com semânticas.
Cada pedra que pulamos, cada página que é virada, deságua no rio do desconhecimento de si, poluído por fraquezas plausíveis e pequenas, mas tão bem colocadas que atingem meus sonhos menos humanos. O que é pequeno se soma, e pensamos que não tem jeito. Que é assim. Que é melhor cessar. Mas por quê ? Sem viver, por quê é tão maçante caminhar com os pés ensangüentados em calçadas de algodão e nem sequer perguntamos como os pés começaram a sangrar? O cascalho, o vidro, areia e todos os pequenos encalços que lhe calejaram a sola do pé, aos poucos infeccionam sua alma. O veneno passa pelo sistema nervoso central, que em pânico aperta todos os botões vermelhos que a vista, daltônica ou não, conseguem processar no horizonte.
Um calor que vem de surpresa lhe pega, desliga as luzes, cancela os bombeiros e emudece as sirenes. Com carinho, te dou esse abraço. E saiba que aqui dentro, faz sol o ano todo e a temperatura é amena.