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26 de fev. de 2020

Assentando-se

Ociosidade de uma mente
Que mente, que forja, que cria, que não aceita 
Duplicidade e ambiguidade de valores
Nada é tão certo quanto errado
Quem julga? Quem rotula?

O bom senso? Aquele senhor empoeirado que cospe bordões e ri naquele banco de sempre? Impossível! Eu inovo e subverto.
Crio meu próprio senso

Um dia serei tão bondoso quanto aquele senhor
Porém me conheceram na parte da guerra
Hoje não serei
Bondoso 

3 de jul. de 2019

Dome

Tem medo que brota, aparece, transparece
Tem medo que surge
Tem medo que se faz
Tem medo que está 

É um receio tão grande de algo que vocênão quer admitir
É pânico 
É alarde
É trauma
É autopreservação 

Você gera o medo
Você controla seu medo
Não 
Só existe controle através da compreensão 
E esta, pode levar gerações 

Tenha medo de não ter medo

Uma palavra de quatro letras não pode ser mais assustadora que paralelepípedo

12 de jun. de 2019

Punch

Contemporaneidades e globalizações que lhe mergulham em incertezas, pressões internas e externas que a cada ano, aumentam a força auto-destrutiva que reside dentro de nós. 
Somos sabotadores de Eu, eles nos sabotam também, e tu estás preocupado com semânticas.
Cada pedra que pulamos, cada página que é virada, deságua no rio do desconhecimento de si, poluído por fraquezas plausíveis e pequenas, mas tão bem colocadas que atingem meus sonhos menos humanos. O que é pequeno se soma, e pensamos que não tem jeito. Que é assim. Que é melhor cessar. Mas por quê ? Sem viver, por quê é tão maçante caminhar com os pés ensangüentados em calçadas de algodão e nem sequer perguntamos como os pés começaram a sangrar? O cascalho, o vidro, areia e todos os pequenos encalços que lhe calejaram a sola do pé, aos poucos infeccionam sua alma. O veneno passa pelo sistema nervoso central, que em pânico aperta todos os botões vermelhos que a vista, daltônica ou não, conseguem processar no horizonte.
Um calor que vem de surpresa lhe pega, desliga as luzes, cancela os bombeiros e emudece as sirenes. Com carinho, te dou esse abraço. E saiba que aqui dentro, faz sol o ano todo e a temperatura é amena. 

13 de mai. de 2019

Precisão

Tá bom, tudo bem, sem problemas
Conformidade nos conformes
Sem forma, sou maleável 
Sou o que você precisa
E nunca o que quero

Enterro o eu pela terceira pessoa do plural
Engulo amores próprios
Enquanto me cospem verdades rasas

Sou o que você precisa
Mas nunca o que preciso

Imprecisão na percepção 
Não preciso
Você precisa
Eu entrego
Você recebe

Que falha terrível 
Viver pelos outros 
Quando eles nem sabem que você vive

Pense-se

Como o vento que sopra
O mar que deságua 
A areia que é estática 
Seu coração que é pedra
Tudo segue seu curso

Mortos e feridos, seus ouvidos não lhe servem
De férias, sua língua faz o mínimo 
Já o nariz, se acostumou com a podridão 
Mas que conforto, hein?

Rotineiro e sedento por linhas retas
Esse estopor febril da normalidade 

Sua calmaria tem nome
E se chama tédio
Agora, com sua licença 
Vou viver, portanto 
Acorrente-se em outro pé 
De preferência o de mesa

Att,
Aquele que se livrou